Curso Preparatório para ETECs


Concordância


A sintaxe de concordância trata da harmonização entre as partes do discurso, assim, uma expressão no singular exigirá as partes do discurso, assim, uma expressão no singular exigirá que também fique no singular a(s) expressão(ões) que a ela se refere(m); já um termo no plural exigirá outros no plural e assim por diante. As regras de concordância dividem-se em dois grupos: nominal e verbal.
Enquanto a concordância verbal se ocupa da relação entre sujeito e verbo, a concordância nominal se ocupa da relação entre as classes de palavras:

Concordância Nominal:


Adjetivos e um substantivo
Quando há mais do que um adjetivo para um substantivo, os adjetivos devem concordar em gênero e número com o substantivo.

Ex:
Adorava comida salgada e gordurosa.
Comida = Substantivo
Salgada e gordurosa = Adjetivos

Substantivos e um adjetivo:
No caso inverso, ou seja, quando há mais do que um substantivo e apenas um adjetivo, há duas formas de concordar:

a) Quando o adjetivo vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo.
Ex:
Linda filha e bebê.

b) Quando o adjetivo vem depois dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo ou com todos os substantivos.
Ex:
Pronúncia e vocabulário perfeito.
Vocabulário e pronúncia perfeita.
Pronúncia e vocabulário perfeitos.
Vocabulário e pronúncia perfeitos.

Casos particulares de concordância nominal:


Concordância com pronomes pessoais: O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o pronome pessoal: ela é simpática, ele é simpático, elas são simpáticas, eles são simpáticos.

Concordância com vários substantivos: O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o substantivo que está mais próximo: caderno e caneta nova, caneta e caderno novo. Pode também estabelecer concordância com a forma no masculino plural: caneta e caderno novos, caderno e caneta novos.

Concordância com vários adjetivos: Quando há dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular apenas se houver um artigo entre os adjetivos. Sem a presença de um artigo, o substantivo deverá ser escrito no plural: o escritor brasileiro e o chileno, os escritores brasileiro e chileno.

Concordância com: é proibido, é permitido, é preciso, é necessário, é bom: Estas expressões estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando há um artigo que determina o substantivo, mas permanecem invariáveis no masculino singular quando não há artigo: é permitida a entrada, é permitido entrada, é proibida a venda, é proibido venda.

Concordância com: bastante, muito, pouco, meio, longe, caro e barato: Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando possuem função de adjetivo: comi meio chocolate, comi meia maçã, há bastante procura, há bastantes pedidos, vi muitas crianças, vi muitos adultos.

Concordância com menos: A palavra menos permanece sempre invariável, quer atue como advérbio ou como adjetivo: menos tristeza, menos medo, menos traições, menos pedidos.

Concordância com: mesmo, próprio, anexo, obrigado, quite, incluso: Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo: resultados anexos, informações anexas, as próprias pessoas, o próprio síndico, ele mesmo, elas mesmas.

Concordância com um e outro: Com a expressão um e outro, o adjetivo deverá ser sempre escrito no plural, mesmo que o substantivo esteja no singular: um e outro aluno estudiosos, uma e outra pergunta respondidas.

Concordância Verbal


Sujeito composto antes do verbo:
Quando o sujeito é composto e vem antes do verbo, esse verbo deve estar sempre no plural.
Ex:
Maria e José conversaram até de madrugada.

Sujeito composto depois do verbo:
Quando o sujeito composto vem depois do verbo, o verbo tanto pode ficar no plural como pode concordar com o sujeito mais próximo.
Ex:
Discursaram diretor e professores.
Discursou diretor e professores.

Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes:
Quando o sujeito é composto, mas as pessoas gramaticais são diferentes, o verbo também deve ficar no plural. No entanto, ele concordará com a pessoa que, a nível gramatical, tem prioridade. Isso quer dizer que 1.ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2.ª (tu, vós) e a 2.ª tem prioridade em relação à 3.ª (ele, eles).
Ex:
Nós, vós e eles vamos à festa.
Tu e ele falais outra língua?


Casos particulares de concordância verbal


Concordância com pronome relativo "que": O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome: sou eu que quero, somos nós que queremos, são eles que querem.

Concordância com pronome relativo "quem": O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome ou fica na 3.ª pessoa do singular: sou eu quem quero, sou eu quem quer.

Concordância com: a maioria, a maior parte, a metade,...: Preferencialmente, o verbo estabelece concordância com a 3.ª pessoa do singular. Contudo, o uso da 3.ª pessoa do plural é igualmente aceitável: a maioria das pessoas quer, a maioria das pessoas querem.

Concordância com um dos que: O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do plural: um dos que ouviram, um dos que estudarão, um dos que sabem.

Concordância com nem um nem outro: O verbo pode estabelecer concordância com a 3.ª pessoa do singular ou do plural: nem um nem outro veio, nem um nem outro vieram.

Concordância com verbos impessoais: O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular, uma vez que não possui um sujeito: havia pessoas, houve problemas, faz dois dias, já amanheceu.

Concordância com a partícula apassivadora se: O verbo estabelece concordância com o objeto direto, que assume a função de sujeito paciente, podendo ficar no singular ou no plural: vende-se casa, vendem-se casas.

Concordância com a partícula de indeterminação do sujeito se: O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular quando a frase é formada por verbos intransitivos ou por verbos transitivos indiretos: precisa-se de funcionário, precisa-se de funcionários.

Concordância com o infinitivo pessoal: O verbo no infinitivo sofre flexão sempre que houver um sujeito definido, quando se quiser definir o sujeito, quando o sujeito da segunda oração for diferente do da primeira: é para eles lerem, acho necessário comprarmos comida, eu vi eles chegarem tarde.

Concordância com o infinitivo impessoal: O verbo no infinitivo não sofre flexão quando não houver um sujeito definido, quando o sujeito da segunda oração for igual ao da primeira oração, em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos imperativos: eles querem comprar, passamos para ver você, eles estão a ouvir.

Concordância com o verbo ser: O verbo estabelece concordância com o predicativo do sujeito, podendo ficar no singular ou no plural: isto é uma mentira, isto são mentiras; quem é você, quem são vocês.